Acompanhar as tendências dos hábitos que influenciam as decisões de compra é crucial para o trabalho de todo profissional de marketing, sendo uma das peças fundamentais na construção de cenários possíveis para o planejamento de suas ações. Neste texto, busquei compilar algumas tendências que estão sendo discutidas sobre diferentes perfis de consumidores. Vamos conferir?
Os consumidores mais jovens, já integrados ao mercado de trabalho, com renda própria e disponível, demonstram hábitos e valores, decorrentes do seu crescimento junto com a popularização das tecnologias da comunicação digital, que resultaram em um perfil de consumo bastante distinto das gerações anteriores, o que acarreta mudanças na forma como as empresas apresentam suas ofertas.
A estes indivíduos importa não o prazer do consumo em si, mas a busca de uma experiência que agregue algo novo em suas vidas e mereça ser compartilhada com amigos. É comum, por exemplo, ouvir entre eles a preferência por uma viagem ou participar de um evento ao invés de adquirir um produto. Por isso, o “consumo pelo consumo” tende a diminuir. Também é evidente nesta geração maior importância da recomendação dos amigos sobre determinada marca para a decisão de compra.
Um fator determinante para o consumo, nesta geração, é o tema da credibilidade e engajamento das marcas. Decorrente do hábito de “buscar tudo na internet”, o jovem consegue rapidamente desmascarar o discurso “politicamente correto” de uma marca, se este não for acompanhado de atitudes reais por parte dela. Da mesma forma, manifesta abertamente sua simpatia a marcas que estejam comprometidas com causas civil, social e ambientalmente relevantes; e que sejam transparentes sobre o que vendem e como vendem. Estas marcas serão as eleitas nos momentos de consumo efetivo.
Outro comportamento marcante desta geração é a busca pelo equilíbrio entre trabalho e vida social, priorizando a saúde mental e emocional. É uma geração que prefere, por exemplo, trabalhar com algo que lhe dê prazer, mesmo que signifique ganhar menos – uma postura que também reflete em um consumo mais criterioso. Além disso, se quiser estar preparado para atender estes jovens, seja rápido. “Seres do mundo on-line”, eles não aceitam processos burocráticos e lentos.
E outros perfis de consumidores, também apresentam mudanças no padrão de consumo?
Sim. Em um panorama amplo, não apenas os jovens, mas o brasileiro em geral está consumindo de forma mais consciente e menos impulsiva. Entre os fatores que levam a isso é a facilidade para comparar ofertas a partir das tecnologias disponíveis, além do cenário econômico que estamos atravessando, com pouco crédito e muita renda já comprometida. Ademais, com a desaceleração econômica, o consumidor também se percebe em posição de exigir mais das empresas e exercer um nível de criticidade ainda maior sobre a qualidade dos produtos e serviços que consome.
Algumas expectativas, porém, continuarão presentes: o contato fácil e próximo com as empresas, a opção por marcas confiáveis e a consolidação do consumo personalizado às necessidades de cada indivíduo; além, claro, da espera por um padrão de atendimento eficiente e sintonizado com o consumidor atual.
Estas indicações nos mostram que as empresas precisam saber lidar com um consumidor crítico, com um comportamento de consumo que está transitando do apelo emocional, baseado em projeções individuais e status, para um padrão de consumo mais racional e consciente de seus impactos no relacionamento com o outro, na sociedade e no ambiente.
Sua empresa está pronta para entregar tudo isso?