Uma pesquisa recente publicada pela Mintel, empresa global de Inteligência de Mercado, demonstrou 4 características de consumo que estarão presentes entre os brasileiros em 2016, as quais sintetizo da seguinte forma: aumento das práticas de consumo compartilhado, valorização de ações de economia e racionalização dos recursos naturais e proteção ambiental, cobrança por práticas justas e maior transparência, tanto dos serviços públicos como das empresas privadas e respeito à diversidade e novas formas de convivência familiar e social. Indo ao encontro desta publicação, temos, como um dos principais reflexos do contexto que vivemos, um consumidor mais racional – a compra de impulso dá lugar ao consumo consciente, que abrange desde o questionamento sobre a necessidade real do produto até a preocupação com o meio ambiente – segundo a professora Simone Terra, da ESPM, em entrevista ao Mundo do Marketing.
Não são características das quais nunca ouvimos falar. No entanto, a consolidação da influência destes fatores sobre o comportamento de consumo no Brasil precisa ser compreendida pelas empresas para o ajuste das suas estratégias de marketing. Fica evidente a importância de que os discursos utilizados nas ações de comunicação sejam aderentes e esses comportamentos de consumo. Marcas que insistam em mensagens dissonantes com estas tendências se arriscam a perder a simpatia do público e uma parcela importante de consumidores.
Valorização da Transparência
O consumidor mais consciente e crítico exige maior maturidade organizacional e transparência das empresas. Essa tendência é mais perceptível em relações de consumo contínuo, como assinaturas e serviços, mas também aparece nas reclamações de produtos que não atendem expectativas – muitas das quais criadas pelas próprias marcas. Por conseguinte, serão valorizadas as empresas que investirem em uma relação transparente e honesta com seus consumidores; ao contrário daquelas que seguirem veiculando mensagens que não condizem com a realidade do que entregam ao mercado. Há dezenas de exemplos dessas reações negativas nas redes sociais, é só pesquisar.
Por outro lado, a empresa que se preparar para um relacionamento maduro com seus consumidores, baseado em uma relação positiva de custo/benefício para os dois lados, e atenta às suas necessidades e demandas (presentes e futuras), certamente terá trilhado parte significativa do caminho que leva à sua fidelidade; e poderá contar com a melhor das contrapartidas que uma marca pode ter atualmente: a indicação aos amigos.